Fábulas: o que são e exemplos conhecidos da literatura mundial

Fábulas: o que são e exemplos conhecidos da literatura mundial

Na sua infância, com certeza você ouviu muitas histórias que terminavam assim: e a moral da história é….”. As fábulas marcaram e ainda marcam a infância literária de muita gente.

Se você acha que as histórias com animais falantes são apenas “passatempo de crianças”, está na hora de saber o que é uma fábula, a história desse gênero, suas características e importância.

Preparei este conteúdo, sem lição de moral ao seu final, mas tenho certeza que você será capaz de deduzir muita coisa bacana sobre as fábulas. 

Chega de conversa e  vamos lá.

O que é uma fábula

Uma fábula nada mais é que um gênero narrativo que consiste em histórias breves e sempre com uma lição de moral em seu final. E essa lição não é subjetiva, geralmente, os autores destacam essas lições em seus textos.

O termo “fábula” vem do Latim e significa: história, jogo ou narrativa. E, quando falamos que algo tem sua origem no Latim, imaginamos que tem uma longa história por trás, não é mesmo? Com as fábulas não é diferente.

A origem das fábulas

Um dado importante sobre a história da fábula é que ela surgiu da tradição oral, ou seja, das histórias contadas, transmitidas por gerações. 

O que podemos deduzir é que como as fábulas não tinham um registro físico – digamos assim -, com certeza as histórias sofreram algumas mudanças nesse “telefone sem fio” ao longo dos anos. Mas, obviamente, nada que fizesse que elas perdessem a essência e moral.

A origem da fábula tem também uma parte muito interessante e que diz respeito a uma de suas principais características – atenção para o spoiler! 

Apesar do seu caráter lúdico e pedagógico que conhecemos hoje, as fábulas surgiram como forma de oposição à opressão e crítica ao governo. Parece coisa dos nossos dias, mas isso foi lá na Grécia Antiga, em uma época em que liberdade de expressão não era assim tão livre.

Os autores encontraram uma forma de fazer suas críticas e se expressarem sem serem repreendidos, ao invés de citar pessoas ou fazer referências à elas, os seus personagens eram todos animais, assim, a crítica estava expressada de forma subjetiva.

Entre os autores gregos temos HesíodoArquíloco e, um dos principais nomes das fábulas, Esopo. É com ele e, futuramente, com La Fontaine que as fábulas vão atingir o nível de importância que encontramos hoje.

Antes de darmos sequência às fábulas de Esopo, vale mencionar que o gênero foi amplamente utilizado e até “batizado” no Oriente Médio. Inclusive, quando se pergunta onde surgiu a fábula, 9 em 10 fontes vão dizer que foi na parte oriental do globo. 

Acredita-se que por volta de 1500 a.C os sumérios contavam suas histórias personificando os animais e com lição de moral ao final de cada fábula.

Mas, de volta à Grécia, Esopo e suas fábulas, foi o autor grego que deu início às histórias de conflitos entre os mais fracos e os mais fortes. E, já que a força física favorecia apenas um lado, aqueles que eram vistos como derrotados, superavam as adversidades e venciam seus embates com astúcia.

Ao longo dos anos, as fábulas de Esopo foram ganhando novos elementos que visavam adequá-las ao período. No século I a.C, Fedro, um escritor romano, deu uma ‘repaginada’ no estilo das histórias de Esopo.

Por volta do século XVII, a fábula recebeu a intervenção mais importante da história. Ela foi reinventada pelo escritor francês La  Fontaine, que reescreveu Esopo e deu às fábulas esse viés educativo e pedagógico que conhecemos hoje.

Ah! Não posso encerrar a história sem contar que até Leonardo Da Vinci também participou do processo de reinvenção das fábulas. Foi no século XVI, porém as suas versões não tiveram repercussão fora da Itália.

Agora, para continuar a conceituação da fábula, só mesmo sabendo as suas particularidades, correto? Então, vamos ao próximo tópico!

Quais são as características de uma fábula

Bem, se você leu com atenção a história das fábulas, já sabe uma das principais características que é a personificação dos animais, tornando-os protagonistas das histórias e com sentimentos e atitudes semelhantes aos humanos.

É muito importante frisar que a fábula tem como personagens principais somente os animais. Muita gente confunde e acredita que qualquer história, com qualquer ser irracional ou objeto com sentimentos e ações humanas é uma fábula.

Para não restar dúvidas, é importante que você saiba o gênero/personagens: fábula/animais; apólogo/objetos, seres inanimados e partes do corpo humano e parábola/humanos. Um exemplo de apólogo seria a história de Pinóquio.

Desfeita a confusão, vamos às características da fábula:

  • ela pode ser em prosa ou verso;
  • a narrativa é alegórica, ou seja, está além do sentido literal;
  • os animais, personagens principais, apresentam comportamento humano, por isso são chamados de personagens antropomórficas;
  • esses mesmos personagens também são personagens tipo. Isso significa que suas atitudes representam um grupo de pessoas, por exemplo: o comportamento de uma formiga representa as pessoas trabalhadoras;
  • as virtudes, qualidades e defeitos do caráter humano estão representados nos comportamentos dos animais;
  • pela origem na oralidade e ainda ser o meio mais difusor das fábulas, é normal que encontremos diversas versões de uma mesma história;
  • há sempre uma moral no final da história.

Principais autores e suas fábulas

Ao contar sobre a origem da fábula é inevitável não citar os principais autores: Esopo e La  Fontaine. Por mais que o último tenha reinventado o primeiro, é fundamental conhecer suas obras.

Algumas fábulas de Esopo

  • O Galo e a Pérola;
  • O Lobo e o Cordeiro;
  • O Lobo e as Ovelhas;
  • O Rei dos Macacos e dois Homens;
  • A Andorinha e as outras Aves;
  • O Rato e a Rã;
  • O Ladrão e o Cão de Guarda;
  • O Cão e a Ovelha;
  • O Cão e a Carne;
  • A Mosca em cima do carro;
  • O Cão e a Máscara;
  • O Leão, a Vaca, a Cabra e a Ovelha.

Algumas fábulas de La Fontaine

  • A lebre a tartaruga;
  • O lobo e o cordeiro;
  • O leão e o rato;
  • A raposa e a cegonha;
  • A cigarra e a formiga;
  • O corvo e a raposa.

Engana-se que no Brasil não tivemos autores com fábulas. Monteiro Lobato foi dos principais autores e nos presenteou com histórias fantásticas como A coruja e a águia, A galinha dos ovos de ouro, O cavalo e o burro, O corvo e o pavão, Raposa e as uvas, além de reescrever, também, algumas obras de Esopo.

A moral da história é que fábulas são textos curtos mas com um poder imaginativo enorme. Por isso as fábulas estão presentes em todas as culturas. O seu viés ‘moralista’, sem ser no sentido pejorativo, permitiu que leitores tivessem um olhar crítico sobre a sociedade e seus comportamentos.

Além disso, é uma forma lúdica de educar os leitores mais novos. E aí caímos naquela velha discussão da importância da leitura ainda na infância. A fábula com seus personagens mais simpáticos, aos olhos da criança, é uma aliada importantíssima na educação e no estímulo à criatividade.

Bem, agora que você já sabe um pouco mais sobre as fábulas, conte para a gente qual a sua favorita. Não esqueça de deixar um comentário abaixo.

Fonte: Livro Bingo

Compartilhe essa publicação


O que você achou dessa publicação?
  • Espantado
  • Feliz
  • Triste
  • Zangado
  • Entediado
  • Com medo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *